Depois de levar um dos maiores tropeços de sua carreira, Cesar Cielo volta neste sábado à piscina do Pan Pacífico para reafirmar a condição de mais veloz nadador do mundo. E nadará sob pressão dupla. A primeira já estava sob seus ombros quando o brasileiro iniciou a disputa da competição em Irvine, na Califórnia, cujas finais começam a partir das 22h. O brasileiro ainda é o recordista mundial dos 50m livre, prova mais rápida do esporte (fez 20s91 em 2009).
Mas é de Fred Bousquet a nova marca a ser perseguida na era sem os trajes tecnológicos, que ajudavam a flutuar e deslizar na água. No Europeu, encerrado poucos dias antes do Pan Pacífico, o francês fez 21s36 e tirou de Cielo o melhor tempo da temporada (21s55).
Agora, o campeão olímpico e mundial enfrenta uma pressão a mais, colocada em seus ombros após a disputa dos 100 m livre em Irvine. Favorito na distância, Cielo quase ficou fora da final. O brasileiro entrou entre os oito finalistas graças a uma regra da competição que não permite mais de dois nadadores do mesmo país na disputa pela medalha de ouro.
Uma vez na decisão, o brasileiro foi o mais rápido nos primeiros 50 metros da prova, mas sucumbiu no final e terminou apenas com a medalha de bronze. Pouco para quem era considerado favorito ao topo do pódio. "Isso não vai mais acontecer", afirmou, com os olhos marejados, ao final da prova.
Para os 50 m livre, Cielo diz se sentir mais confiante. Além de ser sua prova preferida, o nadador paulista deu atenção especial para a preparação para essa distância nesta temporada. Acredita, inclusive, que essa foi uma das razões que o levaram a não nadar bem a prova mais nobre da natação mundial. "Eu achava que os 100m iam sair naturalmente", afirmou o nadador.
O brasileiro também conhece bem o adversário que roubou a melhor marca do ano. Fred Bousquet é um de seus companheiros de treino em Auburn (EUA), mas passou boa parte da última temporada na França. "Ele estava nadando comigo até a semana do Europeu, e eu estava ganhando todas", afirmou o brasileiro.
"Queria sair daqui com três medalhas em provas individuais e já ganhei a segunda. Agora, eu vou ganhar os 50m. Mesmo não sendo ouro, a medalha [de bronze] nos 100 m foi muito importante. Eu tenho que aprender com os erros. Posso errar um milhão de vezes, mas eu nunca vou cometer o mesmo erro", completou Cielo, 23.
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